quinta-feira, 31 de maio de 2012

Guerra do Afeganistão (1979-1989)

Entre soviéticos e fundamentalistas islâmicos, foi a primeira guerra civilizacional, chamada "guerra de linha de fratura" (fault line war). Este tipo de conflito se diferencia dos demais conflitos comunitários (tribais, religiosos, internacionais) por colocar em lados opostos grupos de diferentes civilizações e lidar com profundas questões de identidade cultural. A Guerra do Afeganistão e a Guerra do Golfo foram guerras de transição entre a ordem mundial dividida em ideologias e a ordem mundial dividida em civilizações.
A Guerra do Afeganistão teve início quando a União Soviética invadiu aquele país muçulmano a pedido do governo marxista recém-estabelecido, para apoiá-lo na luta contra os opositores, e se inseriu no contexto da Guerra Fria quando os Estados Unidos deram apoio material e financeiro aos grupos que lutavam contra a invasão. A derrota soviética acabou por colaborar com vários fatores que culminaram na queda do regime socialista em 1991. Por isso, foi vista nos EUA e no Ocidente como a definitiva vitória do capitalismo contra o socialismo. Mas, entre os fundamentalistas afegãos e os islâmicos que os apoiaram, foi uma vitória do Islã.
O apoio recebido pelos afegãos anti-marxistas foi significativamente oriundo de outros países muçulmanos. O montante total de dinheiro pago pela Arábia Saudita aos resistentes foi o mesmo ou maior que o valor pago pelos EUA. Cerca de 25 mil voluntários de outros países islâmicos foram ao Afeganistão lutar contra a invasão soviética.

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