quinta-feira, 31 de maio de 2012

Independência


Em Medina, ele organizou a comunidade islâmica, de base democrática. A oligarquia dos ricos mercadores, fixada em Meca, foi vencida finalmente pelo profeta, em 630. Após a morte de Maomé em 632, a Arábia se converteu num estado unificado e bem organizado, sob o califado ortodoxo dos quatro primeiros califas: Abu Bakr, Omar, Otman e Ali.
Sucessores de Maomé, os califas criaram em menos de um século um vasto império que se estendeu para o oeste, até a Espanha, o leste, até a Índia e o norte, até o Turquestão. Foi o momento de esplendor da civilização islâmica; enquanto o Ocidente submergia no obscurantismo medieval, os árabes desenvolveram uma cultura refinada, e as grandes cidades de seu império - Meca, Alexandria e Córdoba - assombraram com sua magnificência a Europa rural. Desde o advento da dinastia dos omíadas no final do século VII, o centro da vida política transferiu-se para Damasco (capital atual da Síria). No século VIII, com o advento da dinastia abássida, teve início o declínio dos árabes, pois o novo governo tinha o apoio dos clãs turcos e persas. A Arábia, embora conservasse o prestígio de centro religioso do Islã, passa a ser simples província do império. Meca e Medina várias vezes tentaram, em vão, recuperar o antigo prestígio.
Renascem então as velhas disputas tribais, traduzidas pelo surgimento de seitas heterodoxas (xiitas, caridjitas, sunitas e outras). Todas as tentativas de revolta foram sufocadas.
Desde o século X, a Arábia começou a fechar-se sobre si mesma; sua civilização, que se estendia da Europa à Índia, desagregou-se. A região voltou a ser um mosaico de tribos que se dizimavam em lutas contínuas. Entretanto, a situação geográfica da Arábia foi a garantia de sua independência. O deserto constituía uma barreira contra qualquer invasão. As tentativas de seldjúcidas e mongóis fracassaram, e mesmo o domínio turco, iniciado no século XV, foi apenas formal. A Arábia central continuou independente e suas tribos viviam como antes de Maomé.

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