Em Medina, ele organizou a
comunidade islâmica, de base democrática. A oligarquia dos ricos mercadores,
fixada em Meca, foi vencida finalmente pelo profeta, em 630. Após a morte de
Maomé em 632, a Arábia se converteu num estado unificado e bem organizado, sob
o califado ortodoxo dos quatro primeiros califas: Abu Bakr, Omar, Otman e Ali.
Sucessores de Maomé, os califas
criaram em menos de um século um vasto império que se estendeu para o oeste,
até a Espanha, o leste, até a Índia e o norte, até o Turquestão. Foi o momento
de esplendor da civilização islâmica; enquanto o Ocidente submergia no
obscurantismo medieval, os árabes desenvolveram uma cultura refinada, e as
grandes cidades de seu império - Meca, Alexandria e Córdoba - assombraram com
sua magnificência a Europa rural. Desde o advento da dinastia dos omíadas no
final do século VII, o centro da vida política transferiu-se para Damasco
(capital atual da Síria). No século VIII, com o advento da dinastia abássida,
teve início o declínio dos árabes, pois o novo governo tinha o apoio dos clãs
turcos e persas. A Arábia, embora conservasse o prestígio de centro religioso
do Islã, passa a ser simples província do império. Meca e Medina várias vezes
tentaram, em vão, recuperar o antigo prestígio.
Renascem então as velhas disputas
tribais, traduzidas pelo surgimento de seitas heterodoxas (xiitas, caridjitas,
sunitas e outras). Todas as tentativas de revolta foram sufocadas.
Desde o século X, a Arábia começou
a fechar-se sobre si mesma; sua civilização, que se estendia da Europa à Índia,
desagregou-se. A região voltou a ser um mosaico de tribos que se dizimavam em
lutas contínuas. Entretanto, a situação geográfica da Arábia foi a garantia de
sua independência. O deserto constituía uma barreira contra qualquer invasão. As
tentativas de seldjúcidas e mongóis fracassaram, e mesmo o domínio turco,
iniciado no século XV, foi apenas formal. A Arábia central continuou
independente e suas tribos viviam como antes de Maomé.
Fonte: www.indexmundi.com
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